Conceitos:
Pressão arterial: Força exercida pelo sangue contra a parede das artérias, por sua força elástica, sobre o sangue.
Componentes:
- Pressão sistólica - PS: Pressão mais elevada observada nas artérias durante a fase sistólica do ciclo cardíaco.
- Pressão diastólica - PD: Pressão mais baixa detectada na aorta e seus ramos durante a fase diastólica do ciclo cardíaco.
Métodos:
- Diretos (invasivos): cateter intra-arterial (PIA).
- Indiretos (não invasivos): esfigmomanômetria.
Conhecendo o aparelho de pressão (esfigmomanômetro) e o estetoscópio:
1. Retirar da embalagem
2. Abrir o tensiômetro em toda a sua extensão, identificando seus componentes:
- Face interna (ajustes/presilha ou velcro, indicação de posicionamento sobre a artéria),
- Manômetro:
Mercúrio: mais confiável, altura x peso coluna de Hg. Também exige recalibração
Aneróide: recalibrações periódicas.
- Pêra para insuflação e válvula.
Face externa: local para fixação do manômetro.
Conjunto manguito-bolsa pneumática:
- Largura: comprimento do segmento da artéria a ser ocluída.
- Comprimento: área do membro que a pressão será aplicada quando a bolsa for insuflada.
Identificar os componentes do estetoscópio: olivas, hastes, tubos condutores, receptor (diafragma e campânula).
Sons de Korotkoff
Fase I: surgimento dos primeiros sons (pequena intensidade e alta freqüência).
Fase II: sons suaves e prolongados. Podem ser inaudíveis (hiato auscultatório).
Fase III: sons mais intensos e nítidos (hiato auscultatório).
Fase IV: sons de baixa intensidade e abafados (níveis de pressão da bolsa discretamente > pressão diastólica).
Fase V: desaparecimento dos sons.
Fatores que influenciam a PA:
- Sobrecarga física e emocional;
- Fumo;
- Consumo de bebidas alcoólicas;
- Colocação inadequada do manguito;
- Emprego inadequado do estetoscópio;
- Local da medida da pressão arterial;
- Posicionamento do paciente;
- Método auscultatório.
Erros na medida da PA
DO EXAMINADOR |
Observação inadequada Não seguir os princípios básicos Falta de acuidade visual e auditiva Repetir as medidas sem intervalo de tempo |
NA APLICAÇÃO DO MÉTODO |
Verificar pressão por cima da roupa Não utilizar método palpatório e não reconhecer a fase I Colocação inadequada do manguito (frouxo; com dobras no tecido) Colocação inadequada do estetoscópio (sob manguito) |
DO EQUIPAMENTO |
Não calibrado Deficiência sistema de circulação de ar (válvulas defeituosas ou com vazamento) Emprego do manguito de comprimento inadequado Inadequação do manguito a circunferência do braço |
RELACIONADOS AO PACIENTE |
Posição inadequada do paciente Obesidade Dor de qualquer tipo Atividade física Estresse Cigarro, café, bebida alcoólica até uma hora antes da medida |
FATORES DE VARIAÇÃO DA PA
• Índices pressóricos aferidos durante uma consulta (começo, meio e fim)
• Queda fisiológica durante sono
• Elevação 1ª horas da manhã (ao acordar)
• Posição de pé -> efeitos muito discretos: - Redução pressão sistólica = estímulos dos pressorreceptores carotídeos - Elevação pressão diastólica = aumento da resistência periférica
Verificação da PA em pé e assentado
É preciso que saibamos que existe uma diferença na mensuração da PA assentado e em pé, e que em algumas doenças, há uma queda brusca da PA quando mensurada no paciente de pé (hipotensão postural). Normalmente há uma discreta redução da pressão sistólica quando aferimos com o paciente em pé, devido à estímulos nos pressoreceptores carotídeos e uma ligeira elevação na pressão diastólica, devido ao aumento da resistência periférica.
DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO DE MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL
1. Lavar as mãos antes de iniciar
2. Explicar o procedimento ao paciente
3. Certificar-se de que o paciente:
a. Não está com a bexiga cheia
b. Não praticou exercícios físicos
c. Não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumou até 30 minutos antes da medida.
d. Está ou não sentindo alguma dor
4. Deixar o paciente descansar por 5-10 minutos em ambiente calmo com temperatura agradável.
5. Localizar a artéria braquial por palpação.
Artéria braquial: Braço em leve flexão: palpar com dedos indicador, médio e anular e sentir pulsações da artéria braquial, medialmente ao ventre/tendão do bíceps, acima da fossa cubital.
6. Colocar o manguito adequado firmemente, cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha (manguito) sobre a artéria braquial.
7. Manter o braço do paciente na altura do coração
8. Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou do mostrador do manômetro.
9. Palpar o pulso radial, inflar o manguito até o desaparecimento do pulso para estimação do nível da pressão sistólica, desinsuflar rapidamente e aguardar de 14 a 30 segundos antes de inflar novamente.
10. Colocar as olivas do estetoscópio nas orelhas, com a curvatura voltada para frente.
11. Identificar a artéria braquial na fossa cubital e posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre ela evitando compressão excessiva.
12. Solicitar ao paciente que mantenha o braço relaxado, não levante a cabeça e não fale durante o processo da medida.
13. Inflar rapidamente, de 10 em 10mmHg, até ultrapassar 20 a 30mmHg, o nível estimado da pressão sistólica.
14. Proceder à deflação a velocidade constante inicial de 2 a 4mmHg/seg.
15. Após a determinação de PA sistólica (PS), aumentar para 5 a 6mmHg/seg, evitando congestão venosa e desconforto para o paciente.
16. Determinar a PS no momento do aparecimento do primeiro som (Fase I de Korotkoff) que se intensifica com o aumento da velocidade de deflação.
17. Determinar a Pressão Diastólica (PD) no desaparecimento do som (Fase V de Korotkoff), exceto em condições especiais. Auscultar cerca de 20 a 30mmHg abaixo do último som para confirmar o seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa.
18. Registrar os valores das PS e PD, complementando com a posição do paciente, tamanho do manguito, e o braço em que foi feita a mensuração. Deverá ser registrado sempre o valor da pressão identificado na escala do manômetro, que varia de 2 em 2mmHg, evitando-se arredondamentos e valores terminados em 5.
19. Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas. Orientar para que o paciente faça movimentos de fechar e abrir as mãos para restabelecer adequadamente a circulação local.
20.Lave as mãos novamente ao término.
Descrição do exame normal:
PA: 120/80 mmHg, deitado, MSD (membro Superior Direito) ou MSE (Membro Superior Esquerdo). Em caso de crianças, acrescentar os centímetros do manguito.
Perguntas:
• 1. Localizar anatomicamente o processo estilóide do rádio.
• 2. Quais são as causas de erro na medida da Pressão Arterial (PA)?
• 3. O que é Pressão arterial sistólica (PS ou PAS) e diastólica (PD ou PAD)?
• 4. Quais são as diferenças observadas entre a medida auscultatória e palpatória da PA?
• 5. Quais são os valores normais da frequência de pulso e PA entre crianças, adultos e idosos?
• 6. O que é hipotensão postural?
• 7. No correr do dia, quando acontece a queda fisiológica da pressão arterial?
Referências:
1. LÓPEZ, Mario; LAURENTYS-MEDEIROS, José de. Semiologia médica: as bases do diagnóstico clínico . 5. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. 1233 p.
2. PORTO, Celmo Celeno. Exame clínico: bases para a prática médica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.