Exame Físico

Em vários momentos de sua vida você já foi o paciente e passou pelo momento do exame físico. Agora os papéis se inverteram e você começará a executá-lo.

A maior parte dos pacientes sente-se ansiosa devido à sua exposição, receosa em sentir dor e amedrontada em relação ao seu diagnóstico.

Já os estudantes se sentem inseguros e apreensivos no início do aprendizado clínico, uma vez que têm receio de provocar desconforto no paciente. Tais dificuldades são comuns e superadas com o tempo, basta você ter persistência e paciência. Além disso, você deve se preparar técnica e psicologicamente.

Uma boa semiotécnica exige o estudo prévio de como aplicar corretamente a inspeção, a palpação, a percussão e a ausculta, além do conhecimento da aferição dos sinais vitais e do exame físico específico de cada aparelho.

Do ponto de vista psicológico, uma dica é vestir o papel de médico, cujo principal objetivo é ajudar o paciente, já que mesmo sabendo que se trata de um estudante, o paciente pode sentir-se bem ao perceber que o exame está sendo executado com seriedade e atenção. Gentiliza e delicadeza se tornam fundamentais, principalmente se os pacientes estão com dor ou sintomas desagradáveis.

É importante que o estudante tenha calma, organização e competência. Durante o exame físico (exceto no momento da ausculta), pode-se continuar conversando e indagando o paciente, preferencialmente questões relacionadas ao exame que está sendo executado naquele momento ou a fatores afins, de modo a complementar a anamnese.

É importante informar ao paciente sobre o que você pretende fazer. Quando for necessária a sua participação ativa, você deve fazer a solicitação em linguagem acessível ao mesmo.

O exame físico do estudante é naturalmente mais demorado do que o de um médico experiente. Para executar todas as habilidades necessárias, é fundamental treinar a repetição e a prática supervisionada em manequins, em pessoas saudáveis (dica: treinem entre os próprios colegas) e em pacientes.
 

Condições necessárias para realizar-se um bom exame clínico:

1. Ambiente adequado: iluminação; conforto para o examinador e para o paciente; temperatura agradável; silêncio; vestimenta adequada do paciente;
2. Respeito e delicadeza durante a realização do exame: só expor o segmento do corpo em exame; informar o paciente sobre os passos de exame; ao examinar segmentos em que há queixa álgica, informar o paciente.


Objetivo do exame físico: testar as hipóteses diagnósticas desenvolvidas durante a fase inicial da coleta de dados - entrevista clínica ou anamnese. Deve-se confirmar, afastar ou descobrir nova hipótese diagnóstica. 

- Para realizá-lo nos utilizamos de nossos sentidos e às vezes instrumentos auxiliares simples:
  • Inspeção (visão, olfato)
  • Palpação (tato)
  • Percussão (tato e audição)
  • Ausculta (audição)
 
- Preparação do médico para exame:
Escolher a melhor posição de examinar (geralmente à direita do paciente)
 
- Posições do paciente:
Sentada
Ortostatismo (em pé)
Específicas: genupeitoral, ginecológica, etc.
Decúbitos: dorsal (supino), ventral, laterais direita e esquerda
 
- O exame clínico é constituído por:
1. Ectoscopia;
2. Dados vitais;
3. Exame de órgãos e sistemas.

- O exame clínico possui duas dimensões:
Biomédica: Inspeção, palpação, percussão e ausculta do corpo
Enfermidade: Ver, tocar, ouvir a pessoa - gera reações, sentimentos e emoções


Precauções:

1. Lavar as mãos antes e após a execução do exame.
2. O uso de luvas é obrigatório em pacientes que apresentem lesões cutâneas, assim como para o exame da cavidade bucal.
3. É indispensável o uso do jaleco e calçados fechados.
4. Todos os profissionais da área da saúde que têm contato direto com pacientes devem se vacinar para prevenir hepatite B, tétano e influenza A (H1N1).
 
 
Referência: 

PORTO, C.C. Semiologia Médica. 7ª ed. Rio de janeiro. Guanabara, 2014